As exigências éticas dos consumidores em todo o mundo têm aumentado continuamente, acompanhadas pela crescente atividade das organizações não-governamentais de defesa animal e ambiental. Tamanha mobilização mundial em direção a uma pecuária mais humanitária constitui-se numa oportunidade de negócios de grande potencial para os setores produtivo, atacadista e varejista.
No Brasil, há produtores de escala comercial migrando para sistemas mais humanitários. Alguns destes produtores vêm também solicitando certificações de bem-estar animal (a exemplo do selo Certified Humane Brasil). Além disso, já começam a ser adotadas algumas políticas públicas voltadas para áreas de preocupação específicas, como o abate humanitário. Contudo, os sistemas de confinamento intensivo – que constituem algumas das piores práticas em termos de bem-estar animal – seguem praticamente inalterados, gerando preocupação entre muitos consumidores. Uma pesquisa conduzida pela Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) em 2007 indicou que 88% dos consumidores brasileiros acreditam que o tratamento dos animais de produção precisa melhorar. Já uma pesquisa de 2008 do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) indica que 85% dos consumidores brasileiros entrevistados estão dispostos a pagar mais por um produto ambientalmente correto.
Assim, fica claro que aqueles que investirem em produtos que levem o bem-estar animal a sério (especialmente eliminando o estresse crônico inerente ao confinamento intensivo) vão certamente encontrar mercado. Infelizmente, muitos produtores brasileiros ainda acreditam que a produção fora de gaiolas não é viável. Entretanto, já se pode prever que, futuramente, a produção sem gaiolas não mais será somente viável, mas também necessária ao sucesso e à competitividade do produtor.
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