domingo, 29 de abril de 2018

LINHAGENS AMERICANAS


 Galinha Rhode Island Red
     A Galinha Rhode Island Red, conhecida no Brasil como galinha vermelha ou simplesmente rode ou rodia. Elas são excelentes poedeiras, tem uma carne muito valorizada, são rústicas e resistentes a diversas doenças e também ao clima. Isso fez com que elas sejam muito indicadas para diversos criadores. O galo Rhode Island Red normalmente é agressivo com outros machos, especialmente se estiverem confinados em locais muito pequenos ou se tiver um excesso de machos no local. No entanto eles tendem a ser muito mansos com os seres humanos. Como o nome diz, a raça surgiu em Rhode Island, nos EUA, sendo criada para ser uma verdadeira máquina de postura de ovos, botando mais de 250 ovos por ano, de cor marrom.

Características da galinha Rhode Island Red
     O Rhode Island Red possui um corpo retangular e um peito bem arredondado. Sua cauda, ​​porém, é muito curta em comparação com seu corpo e é ligeiramente levantada. As cristas são vermelhas ou rosadas, podendo ter formato de ervilha ou simples. A barbela é média e elas possuem grandes orelhas vermelhas.

Seus olhos, também vermelhos, podendo ser bem grandes. A sua coloração de penas mais conhecida é o vermelho, embora também sejam encontrados na variedade branca. A raça precisa de um certo espaço para correr ou se exercitar, caso contrário ficarão agressivas rapidamente. Tendo um piquete próprio, eles irão vaguear e forragear por conta própria.

Finalidade da criação de galinhas Rhode Island Red
Esta raça é muito utilizada em cruzamentos que visam criar raças comerciais hibridas para a postura de ovos. Eles foram desenvolvidos para serem uma galinha de dupla utilização, porém a vocação para a postura acabou superando e muito a utilização exclusiva para a carne. No Brasil a raça é muito conhecida devida a preferência nacional por ovos marrons, já nos EUA, a raça Legorne é mais utilizada, já que eles preferem ovos com a casca branca. Aproveite para ver outras raças de galinhas.

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Galinha New Hampshire
     A Galinha New Hampshire é originária dos Estados Unidos. Ela ganhou seu nome devido ao estado de origem, que é justamente New Hampshire. Os criadores de galinha começaram a desenvolver esta variedade utilizando-se de exemplares da raça Rhode Island Red. Foram realizadas sucessivas reproduções seletivas, intensificando assim as características interessantes, como maturidade precoce, as características das penas e a produção de grandes ovos marrons.


Características da galinha New Hampshire
     As galinhas adultas possuem penas de cor castanho avermelhado. Elas são um pouco mais claras que as Rhode Island Reds. A New Hampshire possui dupla finalidade. Ela pode ser criada para a produção de carne e também para a produção de ovos. Ela é uma raça relativamente nova, sendo que seu padrão foi registrado em 1935. Comparada com a galinha Rhode Island, a New Hampshire irá produzir mais carne e menos ovos.
Elas possuem um corpo grande e largo, as penas crescem muito rapidamente e gostam de chocar os ovos, sendo boas mães. As aves possuem penas avermelhadas, com crista média/grande. Geralmente são criados para a produção de carne, porém são considerados produtores modestos de ovos, conseguindo fazer a postura de cerca de 150 a 200 ovos ao ano, que são de uma cor marrom escuro.
É possível encontrar as galinhas em tamanho normal, onde machos chegam até a 4 quilos e as fêmeas cerca de 3 quilos, como também na variedade “garnizé”. A New Hampshire poderá ser bem competitiva e até mesmo agressiva com outras galinhas. As fêmeas começam a botar com cerca de 5 meses de vida, e aos 2 anos a produção tende a cair. Para o abate costuma esperar cerca de 4 meses.

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Galinha Plymouth Rock
     A Galinha Plymouth Rock é uma raça originária dos Estados Unidos. Ela é dócil, amigável e versátil para o seu quintal. Pode ser uma boa galinha poedeira, tem uma carne muito saborosa e também poderá ser utilizada para enfeitar a sua propriedade. Esta galinha pode viver de 6 a 8 anos. Existem exemplares conhecidos que chegaram até os 12 anos de idade. Como falamos, elas são consideradas como uma galinha de duplo propósito, ou seja, podem tanto ser criadas para a produção de ovos de cor marrom e como também para a carne. Outra característica é que ela é amplamente conhecida e criada ao redor do mundo, sendo facilmente encontrada.



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GALINHA WYANDOTTE
     Galinha de raça desenvolvida nos Estados Unidos entre o final do século XIX e início do século XX, sendo resultado de cruzamentos entre as raças Sebright, Cochin, Brahma e Spangled Hamburg, entre outras.
A American Poultry Association reconhece as variedades Silver Laced, Golden Laced, White, Black, Buff, Columbian, Partridge e Silver Penciled, Outras variedades encontradas incluem ainda White Laced Yellow, Blue Laced Gold, Blue, Blue Laced, Buff Laced, Red, Barred, White Mottled Black, Buff Columbian, White Columbian, Blue Columbian, Blue Partridge, Red Partridge, e White Partridge. No Brasil, a variedade Silver Laced (Prata Laceado) é a mais encontrada, sendo uma ave de rara beleza.
De médio porte, os machos adultos chegam a pesar 4,2 Kg e as fêmeas 3,2 Kg. Possuem crista tipo roseta (rose comb) e pele amarela. São excelentes para pequenas criações, vivendo bem mesmo mantidas sob rústicas condições.
Aves de dupla aptidão (produção de carne e ovos), atingem a maturidade rapidamente e sua carne é de excelente qualidade. Produzem por ano até 240 ovos de cor marrom a marrom claro e de bom tamanho (55 a 60 g em média)






RAÇAS, CRUZAMENTOS E TIPOS INDUSTRIAIS

  É importante ressaltar que a galinha caipira tradicional, aquela que não apresenta raça definida é uma má produtora de carne e não põe mais que 70 ovos por ano. Suas características produtivas não foram selecionadas e acaba sendo muito menos lucrativa do que as galinhas industriais. Por essa razão ao se criar tais galinhas, recomenda-se a introdução de galos de raça pura para aumentar a produção do plantel. 
    Atendendo a essa nova tendência no mercado de consumir produtos mais naturais, a criação de galinhas mais produtivas em sistema caipira vem despertando o interesse de muitos criadores. As criações no sistema caipira podem ser realizadas com aves de diversas origens, onde o criador poderá optar em criar aves de raças puras, cruzamentos entre raças puras, cruzamentos de galos de raça pura com galinhas caipiras propriamente ditas (sem raça definida) ou podendo perfeitamente utilizar as aves industriais que apresentam alta produção. Somando-se, dessa forma, os melhores índices de produção das aves com as desejáveis características dos produtos caipiras. É importante ressaltar que em todos os casos deve-se evitar a criação de aves com plumagem exclusivamente branca, para não serem confundidas com a cor da ave industrial. As cascas dos ovos não devem ser de cor branca pelo mesmo motivo. Uma questão a ser analisada por ocasião da escolha do tipo de ave a ser criada é a forma de reposição das aves.
Considerando-se as vendas, abates ou consumo da propriedade, sempre deverá haver aves suficientes para atender a necessidade da criação.
    Ao se trabalhar com raças puras tem-se a opção de chocar os seus próprios ovos, sendo a reposição no plantel praticamente natural, atentando somente para a substituição do reprodutor quando necessário. O novo galo deverá ser de mesma raça, porém de outra criação para evitar a queda na produção do plantel. Se o criador optar por cruzamento entre raças puras, deverá manter obrigatoriamente dois grupos de aves de raças puras diferentes, que serão a base do cruzamento. As aves cruzadas (descendentes do primeiro cruzamento) não servirão para reprodução, pois darão origem a aves menos produtivas. E finalmente, há a opção de se criar as aves de linhagens industriais. Nesse caso a reposição será feita pela aquisição freqüente de pintos de um dia, eliminando-se dessa forma a fase de reprodução no plantel.

PRODUÇÃO DE AVES CAIPIRAS

     Até 1960 a avicultura no Brasil se caracterizava pela criação de galinhas em sistema extensivo (a campo) ou semi-intensivo (piquetes gramados), sem especialização nenhuma. A maioria das galinhas criadas era uma mistura de raças, sem controle dos cruzamentos, o que caracteriza até hoje as chamadas “galinhas caipiras”.
Após a década de 60, com a introdução da avicultura industrial, a produção e comercialização dos ovos caipiras passou a diminuir, por não competirem com o melhor desempenho das aves e maior grau de tecnificação adotado pelas empresas avícolas.   Entretanto, o frango e os ovos caipiras não desapareceram da culinária brasileira, principalmente da mineira. Mesmo a pessoa menos entendida sabe distinguir um frango caipira daquele criado no sistema intensivo (industrial). A criação caipira confere aos seus produtos características peculiares como carne mais saborosa e os ovos avermelhados. Nesse sentido a procura por essa ave tem sido muito grande, e o valor pago pelos restaurantes no quilo do frango caipira tem atraído alguns pequenos produtores ou mesmo donos de chácaras de finais de semana. Trata-se de um excelente negócio para pequenos e médios proprietários, com ótima rentabilidade, que pode ir da criação à comercialização direta de frango vivo ou abatido, sem intermediário.
     Nos últimos dez anos, o mercado começou a se interessar novamente por galinhas criadas no sistema caipira e isso tudo tem a ver com a procura de alimentos mais naturais e os movimentos ecológicos, que são contra a criação das aves exclusivamente em gaiolas, adotada no sistema industrial. O sistema semi-intensivo ou caipira, que não é estressante como o industrial, fornece à galinha caipira, um ambiente natural e menos contaminado, portanto com menor taxa de mortalidade. Essa atividade se apresenta com excelentes perspectivas, pois trata-se de um mercado específico onde o consumidor exige as características tão apreciadas do produto caipira, não se importando em pagar um preço diferenciado. O principal consumidor dos produtos caipiras é o cidadão urbano. Como a oferta dos produtos avícolas tipo caipira é geralmente menor em relação ao seu consumo, os preços costumam ser maiores que os da avicultura industrial.

PRODUÇÃO DE OVOS SEM GAIOLAS

     Existem várias alternativas às gaiolas em bateria, de forma que os produtores podem escolher a que funciona melhor para eles e para as aves. Os diferentes sistemas podem ser agrupados em três categorias básicas: galpões simples, sistemas de aviários e sistemas abertos (caipiras, ou free-range em inglês).

Galpões Simples

Galpões simples podem ter piso de cama – semelhante ao usado para criação de frangos de corte – ou piso perfurado. Em qualquer dos casos, estes sistemas devem ter também caixas-ninho e, ao contrário das gaiolas em bateria, permitir às aves que caminhem pelo recinto. No caso do sistema com cama, o chão da construção é sólido e duro, mas sobre ele é colocada uma camada de material absorvente, como palha, serragem, bagaço de cana, capim seco, cascas de arroz ou areia. É preferível que os dejetos e o material de cama usado sejam removidos sempre que possível. No sistema de piso perfurado, não há material de cama, e o piso vazado permite que os excrementos caiam em um poço abaixo das aves, de forma semelhante ao que ocorre nos sistemas de gaiolas.

Sistemas de Aviários

Sistemas de aviários para poedeiras são aqueles galpões em que há vários níveis (andares) de ocupação. Têm cama para exercício e banhos de areia, caixas-ninho suspensas para a postura, e poleiros nos andares mais altos para descanso. Preferivelmente, pode-se colocar bebedouros e comedouros em cada andar, o que estimula as aves a usar o sistema inteiro. Isto também garante que a maioria dos excrementos cairá em poços ou calhas de coleta colocados abaixo dos poleiros mais altos, e não na cama ou nas áreas de nidificação. A densidade de alojamento é geralmente maior do que nos galpões simples. Nos Estados Unidos, a maioria dos sistemas comerciais de produção de ovos sem gaiolas emprega o sistema de aviários.

Sistemas Abertos (Caipira)

Os sistemas abertos combinam um sistema de galpão (de cama simples ou de aviários) com o contínuo acesso diurno a uma área externa. A área externa deve conter bastante vegetação e áreas cobertas para proteger as aves de predadores. Apesar de o descanso, a nidificação e a alimentação ocorrerem usualmente dentro do galpão, os sistemas caipiras dão às aves a oportunidade de se exercitar ao ar livre e gozar de estímulos ambientais mais diversos e completos.


OPORTUNIDADES PARA O SISTEMA SEM GAIOLAS NO BRASIL

As exigências éticas dos consumidores em todo o mundo têm aumentado continuamente, acompanhadas pela crescente atividade das organizações não-governamentais de defesa animal e ambiental. Tamanha mobilização mundial em direção a uma pecuária mais humanitária constitui-se numa oportunidade de negócios de grande potencial para os setores produtivo, atacadista e varejista.
No Brasil, há produtores de escala comercial migrando para sistemas mais humanitários. Alguns destes produtores vêm também solicitando certificações de bem-estar animal (a exemplo do selo Certified Humane Brasil). Além disso, já começam a ser adotadas algumas políticas públicas voltadas para áreas de preocupação específicas, como o abate humanitário. Contudo, os sistemas de confinamento intensivo – que constituem algumas das piores práticas em termos de bem-estar animal – seguem praticamente inalterados, gerando preocupação entre muitos consumidores. Uma pesquisa conduzida pela Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA) em 2007 indicou que 88% dos consumidores brasileiros acreditam que o tratamento dos animais de produção precisa melhorar. Já uma pesquisa de 2008 do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) indica que 85% dos consumidores brasileiros entrevistados estão dispostos a pagar mais por um produto ambientalmente correto.
Assim, fica claro que aqueles que investirem em produtos que levem o bem-estar animal a sério (especialmente eliminando o estresse crônico inerente ao confinamento intensivo) vão certamente encontrar mercado. Infelizmente, muitos produtores brasileiros ainda acreditam que a produção fora de gaiolas não é viável. Entretanto, já se pode prever que, futuramente, a produção sem gaiolas não mais será somente viável, mas também necessária ao sucesso e à competitividade do produtor.

EMPRESAS

     Não só os legisladores e o governo, mas também as empresas particulares têm sentido os efeitos da pressão pública por um aumento do bem-estar na produção. Isso pode ser ilustrado pelo aumento nas vendas de ovos produzidos sem gaiolas nos Estados Unidos em aproximadamente 150%, entre 2000 e 2008. A reprovação dos consumidores acerca dos sistemas de criação intensiva, assim, cresceu a ponto de obrigar grandes produtores e redes varejistas a adotar políticas de bem-estar animal significativas, a fim de não perder clientes.
      Respondendo a esta demanda, um crescente número de empresas do varejo alimentar da Europa já está oferecendo carne e ovos produzidos em sistemas sem o uso de gaiolas. Uma tendência semelhante é verificada nos Estados Unidos, onde importantes redes de restaurantes e supermercados estão adotando políticas favoráveis a fornecedores que não utilizam gaiolas ou celas.
Em março de 2007, a Burger King, segunda maior cadeia de restaurantes fast-food dos Estados Unidos, anunciou que reduziria gradativamente os produtos oriundos de gaiolas em todas as suas franquias na América do Norte. A empresa afirmou que esta decisão foi tomada não apenas pelo seu desejo de estar à frente das tendências da indústria, mas também para encorajar os produtores a adotarem métodos de produção mais humanitários. Outras grandes redes de restaurantes e lanchonetes dos EUA, tais como Wendy’s, Red Robin, Hardee's e Carl's Jr., seguiram os mesmos passos.
A Wal-Mart e a McDonald’s dos Estados Unidos, por sua vez, passaram a pressionar seu fornecedor Smithfield Foods – maior produtor mundial de suínos – a adotar um programa de eliminação das celas de gestação. A Maple Leaf Foods, líder em carne suína no Canadá, assumiu também o compromisso de eliminar gradualmente o uso do sistema intensivo. De forma semelhante, a Associação Americana de Vitela votou por encerrar definitivamente o uso de gaiola de vitelo em 2017, a fim de estimular toda a indústria americana do produto.
Também nas gôndolas dos supermercados, a tendência é clara. A Safeway, uma gigante do ramo com 1.743 lojas nos EUA e no Canadá, anunciou em 2008 o plano de atingir, ainda em 2010, a parcela de 6% de ovos sem gaiolas no total da venda de ovos da empresa, além de dar preferência a fornecedores de carne suína que não confinam intensivamente as porcas reprodutoras. Já o Whole Foods Market, líder mundial do varejo de alimentos naturais e orgânicos, trabalha hoje exclusivamente com ovos produzidos sem gaiolas, além de ter implementado outras normas de bem-estar animal. Outras redes de supermercados norte-americanas, como Wild Oats, Andronico’s, Jimbo’s, Earth Fare e Mother’s também já eliminaram de suas prateleiras todos os produtos animais oriundos do confinamento intensivo.
No Reino Unido, tais políticas internas de bem-estar animal também aparecem. Exemplos são as importantes redes varejistas Marks and Spencer, Sainsbury’s e Waitrose, que não mais vendem ovos de gaiolas ou carne suína de celas. A McDonald’s da União Européia, por sua vez, já tinha mais de 95% dos seus ovos produzidos em sistemas “cage-free” em 2008, e se comprometeu a atingir os 100% ainda em 2010. Outras redes de varejo alimentar da Alemanha, Itália e Holanda têm também reduzido gradativamente o fornecimento de ovos produzidos em gaiolas.
Além de produtores, supermercados, restaurantes e lanchonetes, os escritórios de empresas com grandes quantidades de funcionários passaram a abastecer seus refeitórios apenas com produtos livres de gaiolas e celas, gerando grande impacto financeiro e educativo. É o caso da America Online, Google e Yahoo!, entre várias outras. Além disso, centenas de universidades dos EUA fizeram o mesmo nos seus refeitórios, aumentando significativamente a demanda por ovos cage-free e mobilizando muitos estudantes a aderir à tendência.
No Brasil, alguns produtores de escala comercial já perceberam a tendência do mercado e estão expandindo suas instalações livres de gaiolas, substituindo o antigo sistema. Já há até mesmo um selo de certificação nacional, chamado Certified Humane Brasil, que pode ser concedido àquelas granjas que não praticam o confinamento intensivo e cumprem alguns outros requisitos básicos de bem-estar animal.

LEGISLAÇÃO

     Motivada pelo alto nível de exigência ética dos seus consumidores nos anos 90, a União Européia (UE) aprovou a Diretiva 1999/74/CE, que prevê a proibição completa das gaiolas em bateria convencionais a partir de 2012. Estas diretivas aplicam-se a todos os 27 países membros da UE; contudo, alguns países europeus preferiram adotar legislações próprias mais rigorosas, levando o bem-estar animal ainda mais a sério. O Reino Unido tem rigorosos códigos de bem-estar para os demais animais de produção. Na Suíça, as gaiolas em bateria e o confinamento intensivo contínuo são proibidos desde 1992. A Bélgica, por sua vez, já estabeleceu um prazo para que todo e qualquer tipo de gaiola passe a ser proibido na produção de ovos. Nos Estados Unidos, já são sete os estados que sancionaram leis semelhantes. A partir de 2015, a Califórnia proibirá formas de confinamento que não permitam aos animais deitar-se, levantar-se, virar-se livremente e estender seus membros completamente. Os parlamentares do estado de Michigan, por sua vez, aprovaram em outubro de 2009 uma lei muito semelhante, proibindo o confinamento intensivo de galinhas poedeiras a partir de 2019.

TENDÊNCIA MUNDIAL PARA CRIAÇÃO DE GALINHAS

Vimos um aumento notável nas exigências éticas dos mercados consumidores europeu e norte-americano nos últimos anos. A mídia e as organizações não-governamentais estão fornecendo aos cidadãos comuns cada vez mais informações a respeito dos métodos industriais da agricultura animal. Isto leva os consumidores a recusarem alimentos produzidos sem um certo nível de bem-estar. O aumento do acesso à informação pelo consumidor vem, assim, pressionando toda a cadeia produtiva e o poder público a adotar políticas mais amigáveis para com os animais, principalmente aquelas que levem em conta de forma séria a importância de se lhes garantir um bem-estar apropriado.

BEM ESTAR ANIMAL


Adotando uma Política de Produção Livre de Gaiolas para Produtos de Origem Animal no Brasil: Um relatório da HSI (HUMANE SOCIETY INTERNATIONAL)

     A consideração do bem-estar dos animais de produção vem se tornando uma grande preocupação de governantes, produtores e consumidores de todo o mundo. Sistemas de confinamento intensivo como as gaiolas em bateria e as celas de gestação, particularmente, têm sido reconhecidos como causadores de graves prejuízos ao conforto físico e à expressão de comportamentos naturais dos animais. A União Européia e determinados estados dos Estados Unidos já aprovaram regulamentações que eliminam estes sistemas de alojamento no prazo de alguns anos. Inúmeras empresas internacionais de produção e varejo alimentar, incluindo Burger King (América do Norte), Smithfield Foods e McDonald’s (Europa), comprometeram-se a eliminar gradativamente o uso e a venda de ovos ou carne suína produzidos em sistemas intensivos. Esta tendência está também influenciando o Brasil, onde pesquisas já indicam que 88% dos consumidores acham que o tratamento dos animais de produção precisa melhorar. Por esta razão, tecnologias de alojamento sem gaiolas para granjas comerciais de galinhas poedeiras e porcas reprodutoras estão se revelando uma oportunidade de negócios de grande potencial no Brasil. Embora os produtores se deparem com alguns obstáculos para adotar o novo sistema, a maioria das dificuldades pode ser resolvida com determinadas adaptações nas instalações, nas linhagens animais e nas práticas de manejo. Neste artigo, mostramos que é possível neutralizar estes obstáculos de forma a garantir baixa mortalidade, escala comercial de produção, alto nível de segurança alimentar e custos acessíveis. Os produtores têm, portanto, a possibilidade de tratar os animais de forma mais adequada – atendendo às expectativas dos consumidores –, permanecer competitivos e até mesmo conquistar novos mercados.


Introdução

     É extensa a literatura científica que demonstra que animais confinados intensivamente vivem frustrados, são estressados e sofrem nos sistemas de produção modernos, substanciando o argumento de que gaiolas em bateria para galinhas poedeiras e celas individuais para suínos ou bezerros não podem ser ambientes adequados. Algumas das principais instituições brasileiras do setor produtivo, como a União Brasileira de Avicultura (UBA), já reconhecem que o bem-estar animal constitui uma preocupação muito importante no agronegócio, ao lado da preservação ambiental, da segurança alimentar e das boas condições de trabalho.
     Um conceito amplamente aceito de bem-estar de animais de produção, proposto pelo Conselho de Bem-estar de Animais de Produção (FAWC, em inglês), órgão consultivo para o governo britânico, engloba cinco liberdades essenciais que devem ser atendidas para que um animal seja “protegido do sofrimento desnecessário”. O animal, para tanto, deve estar (a) livre de fome e sede, (b) livre de desconforto, (c) livre de dor, injúria ou doença, (d) livre para expressar um comportamento normal e (e) livre de medo e estresse.
Sistemas de alojamento industrial de animais têm implicações particularmente graves no bem-estar animal. O bem-estar das aves, porcas e bezerros intensivamente confinados fica significativamente comprometido, uma vez que os animais são continuamente impedidos de se exercitar, estender seus membros completamente, girar o seu corpo ou desenvolver outros comportamentos que lhes são naturais e instintivos. A restrição quase total dos movimentos pode ter um alto custo para o seu bem-estar físico e psicológico, resultando em psicose – decorrente do extremo tédio e frustração – e em problemas fisiológicos.

HISTÓRIA DA AVICULTURA NO BRASIL


     
A primeira referência sobre a chegada da avicultura ao Brasil remete ao nosso descobrimento pelos portugueses: a carta de Pero Vaz de Caminha, escrivão da Armada de Pedro Álvares Cabral, responsável pela esquadra lusa que aportou em 22 de abril de 1500 no litoral sul do atual estado da Bahia.
     O registro das impressões de Caminha sobre a terra comprova a veracidade de que as primeiras matrizes chegaram com as primeiras caravelas. Ele cita, na missiva encaminhada para D. Manuel I, rei de Portugal: “Mostraram-lhes um papagaio pardo que o capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali. Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados.”
     A história mostra ainda que, em 1502, a bordo da frota portuguesa comandada por Gonçalo Coelho, o navegador, que fora encarregado de mapear parte do imenso e ainda desconhecido litoral do Brasil, também trouxe para o país as matrizes de aves.
     No Brasil elas sempre foram consideradas alimento, e algumas curiosidades são que D. João VI, que chegou ao Brasil em 1806 com a Família Real portuguesa e comandou, do Rio de Janeiro, Brasil e Portugal, era grande apreciador da carne de frango. Já Dom Pedro II, Imperador do Brasil de 1841 a 1889, era aficionado por canja de galinha.
     Nos primórdios essas aves eram mestiças, produto de cruzamentos ao longo dos séculos, e eram as mesmas que povoavam os quintais das casas brasileiras. A história mostra que durante séculos a carne de qualquer animal era, assim como no resto do mundo, cara e escassa no Brasil. A ausência de dificuldades na criação de aves fez com que a avicultura se desenvolvesse, primeiramente, nas cidades litorâneas e de forma artesanal.
     Com o crescimento econômico e populacional de cidades do interior, graças principalmente ao ciclo de mineração do ouro, as maiores necessidades de alimentação estimularam a produção com fins comerciais. O estado de Minas Gerais, onde foram descobertas as principais jazidas de ouro brasileiras, no final do século XIX era o maior produtor de aves do país, abastecendo boa parte do território nacional.
     Os aviários, fundados por criadores de raças puras, eram chamados basse-cour, e os estudos conduzidos no Rio de Janeiro, em 1895, pela Leste Basse-Cour, podem ser citados como o verdadeiro grande impulso registrado na avicultura nacional. Pela primeira vez foi realizado um trabalho de seleção, entre as raças de aves importadas, para escolha das que maior interesse econômico pudessem proporcionar aos criadores brasileiros.

INTRODUÇÃO

     Existe muita informação a respeito de criações de galinhas caipira disponível na internet, isso é muito bom, é um bom sinal, nos últimos anos houve muita pesquisa sobre o assunto fazendo do Brasil um dos líderes na produção e exportação de carne de frango.
       Criadores interessados e independentes tem um farto material disponível e o saber não ocupa espaço já que o mundo evolui dia após dia e quem não acompanhar essa evolução estará fadado ao insucesso.
          Se existem muitas pessoas interessadas no assunto, obviamente existem muitas pessoas interessadas em se tornarem novos empreendedores do ramo, um excelente negócio, já que existe um excelente mercado interno e externo para absorver esse produto e derivados. É um mercado bem abrangente. Já parou pra pensar que em volta do frango, sua carne e ovos existem muito mais coisas que podem ser produzidos e comercializados ?
           Aqui nesse blog publicarei tudo que é interessante ao ramo, absorvido em muito do que li, em uma linguagem bem pragmática, atualmente não tenho nenhum criatório ou aviário, não sou formado na área. Tudo o que irei expor aqui é sobre tudo o que li e procurarei dar os devidos créditos a quem de direito, embora muita coisa eu dei uma resumida pra não ficar uma leitura sacal e sim uma coisa fácil de ser compreendida.
           Se você gostar ou não deixe seu comentário, críticas, vai ser um prazer compartilhar conhecimentos.
            Um grande abraço a todos e uma feliz leitura.

Marcos Silva